sábado, abril 21, 2007

Tempos Modernos





A cidade tinha duas boates apenas, mais um sem número de karaokes e casas de massagem que se prestavam a outros fins. Festa grande naquela noite. Acontecia uma vez por mês apenas. Pensei em não ir, dia longo, para trás e pela frente. No caminho do albergue, no entanto, um casal conhecido me convida e propõe dividir o taxi. Aceito. Na chegada música boa, gente bonita, casarão victoriano, piscina e pista de dança ao ar-livre. “Tava bombando”, diria algum primo. Procurei a cerveja gelada, e achei meu lugar na pista. Uma holandesa por perto, vários amigos seus ao redor, olhares trocados, cantada barata, começamos a dançar juntos. Depois vieram beijos e carícias. Em certa altura pergunto-lhe:

Vamos para onde depois?

Querido, eu não vou a lugar nenhum, sou casada...

Oops, como assim?...

E aquele meu amigo ali que eu te apresentei há pouco é meu marido....

((Duplo Oops))...

O marido se aproxima, se beijam, e ela nos apresenta novamente.

(((Triplo Ooops))).... com licença mas eu preciso de outra cerveja, isto está ficando muito complicado para mim... onde eu cresci tinha apenas pastel de queijo ou de carne na rodoviária... era tudo muito simples...

Saí sem entender direito.