sexta-feira, abril 20, 2007

Ocaso





Macau

A alma mais jovem que antes, influência dos netos indubitavelmente. A mente mais experiente, em certo sentido talvez. O espírito mais feliz, questionável ilusão. A carcaça que me cobre, no entanto, já não responde mais aos meus estímulos.

Aguardo o ocaso, sem a ansiedade de outrora. Há de vir a seu tempo. Na lembrança trechos de um Fernando Pessoa aprendido em escola daquela redondeza. Coisas que acalentam meu espírito enquanto meu tempo de deixar de ser não vem.

(...)“A noção de mover-me
Esqueceu-se do meu nome.
Na alma meu corpo pesa-me.
Sinto-me um reposteiro
Pendurado na sala
Onde jaz alguém morto.

Qualquer coisa caiu
E tiniu no infinito.”


PS: A alcova,Cancioneiro, FP.