ny Robert LaDuke
Não confies na lua, ela não tem horas certas de ser como o sol. É mutante em suas formas, cores e trajetórias. Não lhe cabe o sentido de ser, de vir, luzir e se ir. Há dias que vem. Há dias que falta. Há dias que brilha forte. Há dias em que aparece discreta, quase sem querer aparecer. Dê-se ao sol, que este há de te cuidar melhor, com calor, com atenção, com destino certo, com horário certo. E se quiser mesmo voltar a vê-lo no mesmo lugar terás que esperar um ano apenas. E o que é um ano para uma vida inteira? Um tempo breve de ser. Vem comigo, vamos ter com o sol. Esquece-te de embriagar-se com a lua que engana ser grande quando esbanja-se na noite. Deixa-a lá. Esquece-se dela. Não te acalentarás o corpo ou a alma frios. Ilude-te. Vives-tu da realidade que o sol traz. Vem comigo. Vamos caminhar sob o sol e dar-lhe nossa pele para que doure, tal qual plantas e suas folhas, ou como os pássaros lhe dão seu canto cedo, mesmo antes dele cá vir. Vem comigo ser o sol. Vem brilhar.