terça-feira, setembro 18, 2007

Princesa

Roupas rotas, corpos idem.

Dois cães brincam.

Vários homens conversam, conversa solta.

Uma estátua desconexa do seu tempo de glória a tudo assiste e nada diz.

A ponte sobre o rio completa a moldura daquela noite.

Alguma luz pousa sobre nossos corpos ali sentados.

Um miúdo com os pais quer dizer algo.

Pais silenciosos, absortos em suas drogas.

A música polifônica cessa.

Partimos rumo à tasca.

Ergue-se a princesa disfarçada de tigresa.

O vento sopra sua capa, e traz-me o perfurme de maracujá.

Talvez um beijo negro me aguarde.

Talvez.